Exportações de madeira do Pará crescem em setembro e alcançam melhor desempenho do ano, aponta Aimex

Redação

O setor madeireiro paraense registrou em setembro o melhor desempenho mensal de exportações em 2025, movimentando US$ 28,9 milhões e embarcando mais de 25 mil toneladas de produtos e subprodutos de madeira. Os dados foram divulgados pela Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), com base no sistema Comex Stat, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

No comparativo com agosto, o aumento foi expressivo: alta de 97,69% em valor e 43,52% em volume. O preço médio da tonelada exportada ficou em US$ 1.125,44, o maior do ano. No acumulado de janeiro a setembro, o Pará exportou US$ 163,9 milhões e 203,6 mil toneladas, crescimento de 0,43% em valor e 7,43% em quantidade na comparação com o mesmo período de 2024.

Entre os produtos mais comercializados estão madeira perfilada (pisos, decks, tacos e frisos) e madeira serrada, que juntas responderam por 82% das exportações do estado no período. O desempenho colocou o Pará como quarto maior exportador de madeira do país, atrás apenas de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Os Estados Unidos seguem como o principal destino das exportações paraenses, com US$ 67 milhões e 26,6 mil toneladas embarcadas entre janeiro e setembro. Apesar de uma leve queda em relação ao mesmo período de 2024, o mercado norte-americano continua sendo estratégico, impulsionado pela recuperação do setor imobiliário local. Segundo dados da CNBC, as vendas de novas moradias nos EUA cresceram 20,5% em agosto frente a julho e 15,4% em relação ao ano anterior. A recente redução das taxas de juros pelo Federal Reserve manterá o setor de construção aquecido.

Por outro lado, o relatório da Aimex aponta entraves internos que têm limitado o avanço das exportações, como falhas na integração entre o sistema de controle do Estado do Pará e o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor), coordenado pelo Ibama, o que tem dificultado a emissão de autorizações ambientais para exportação.

Guilherme Carvalho, consultor técnico da Aimex, destaca que o resultado de setembro mostra a resiliência e a capacidade de recuperação do setor florestal paraense. “Mesmo com entraves burocráticos e oscilações cambiais, as indústrias do Pará vêm demonstrando solidez e adaptação às novas condições de mercado. A demanda internacional continua firme, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, o que reforça a importância do aprimoramento por parte dos órgãos de meio ambiente, dos mecanismos de controle e liberação para exportação, garantindo a sustentabilidade sem perda da competitividade”, afirma.

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