Servidores municipais da Saúde de Belém realizam na manhã desta segunda-feira (10) uma manifestação em defesa do Pronto-Socorro da 14 de Março (HPSM) e contra o processo de fechamento e privatização da unidade, anunciado pela Prefeitura de Belém em conjunto com o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).
O ato acontece em frente ao HPSM da 14 de Março, a partir das 7h30, e marca também o primeiro dia da COP 30, conferência climática da ONU que coloca Belém no centro das atenções mundiais. Para os manifestantes, o evento simboliza um contraste: enquanto o mundo discute o futuro do planeta e da Amazônia, a capital paraense enfrenta retrocessos na gestão pública da saúde.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Pará (Sindsaúde-PA), a decisão de encerrar as atividades do pronto-socorro ignora o posicionamento do Ministério Público Federal (MPF), que se manifestou contra o fechamento após realizar escutas públicas com a participação de profissionais e usuários do sistema de saúde.
As entidades sindicais e populares alertam que a medida ameaça um serviço com mais de um século de história e deixará a população de Belém e de municípios vizinhos sem uma referência em pronto atendimento hospitalar, o que pode resultar em superlotação de outras unidades e aumento no tempo de resposta para casos graves.
“O cidadão passará a peregrinar por diversos hospitais, podendo até morrer antes de encontrar uma unidade compatível com seu quadro clínico. É o abandono da saúde pública e a porta aberta para a mercantilização desse serviço essencial”, destaca o texto do panfleto divulgado pelas entidades.
O Sindsaúde-PA, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento Popular de Saúde (MOPS-Pará) e a União dos Usuários da Saúde Pública (UUSPA) reforçam que a mobilização é uma defesa do SUS, do serviço público e da democracia.

Os manifestantes pedem que o HPSM permaneça sob gestão pública, que as UPAs voltem à administração da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e que os recursos públicos sejam mantidos no fortalecimento dos serviços essenciais, garantindo atendimento digno à população.
