Era 5 de novembro de 2021 quando o Brasil silenciou diante de uma notícia que parecia impossível. A voz que embalou amores, despedidas e recomeços havia sido interrompida de forma trágica, aos 26 anos. Marília Mendonça, dona de um timbre inconfundível e de uma força que atravessou fronteiras do sertanejo, deixou saudade, mas principalmente, deixou história. Quatro anos depois, sua memória segue viva nos palcos, nas playlists e no coração de um país que ainda canta suas letras como confissão.
A Tragédia que parou o Brasil
Marília Mendonça faleceu após a queda de uma aeronave de pequeno porte em Caratinga, Minas Gerais, onde faria um show. Além dela, também perderam a vida o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da artista, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e o copiloto da aeronave. O impacto da notícia mobilizou o país em luto coletivo. A comoção atravessou redes, ruas e estádios, e desde então, suas músicas passaram a soar ainda mais profundas, como se anunciassem, sem querer, o que ela deixaria de presente: legado.
Laços com o Pará
Embora reconhecida nacionalmente como a “Rainha da Sofrência”, Marília tinha laços afetivos marcantes com o Pará. Foi em Itaituba, em 2015, que ela realizou seu primeiro grande show profissional. Ingressos esgotados, repertório já conhecido e um público que reconheceu a estrela antes mesmo do país inteiro. Desde então, o Pará tornou-se ponto certo na sua rota de apresentações, com fãs que cresceram junto com sua história.
O show gratuito na Praça do Relógio, em Belém
Em 2018, Belém foi palco de um dos capítulos mais emocionantes da carreira de Marília. A capital foi a primeira cidade escolhida para o projeto “Todos os Cantos”, que levou shows gratuitos para diferentes regiões do Brasil.
A cantora distribuiu panfletos pessoalmente na área comercial da cidade, numa aproximação direta e rara com o público. O show foi realizado na Praça do Relógio e marcou o lançamento oficial da música “Ciumeira”, que se tornaria um dos maiores sucessos da artista.
Parceria com a “Rainha do Calypso”, Joelma
No mesmo ano, Marília gravou “Perdeu a Razão” ao lado da cantora paraense Joelma. A canção, que fala sobre violência doméstica, ampliou o diálogo sobre o tema em uma linguagem acessível e direta, mostrando que Marília não só cantava sobre sentimentos: ela dava contexto, voz e força para quem, muitas vezes, sofria calada.
