Jornalista explica por que é tão caro vender nas instalações da COP30 em Belém

Com base em dados divulgados pelo edital da ONU, jornalista detalhou os valores e regras que tornam o aluguel de quiosques e a operação no evento um desafio, especialmente para empreendedores de pequeno porte.

Matheus Freire
Jornalista Márcia Dantas detalha os custos e regras para quem quiser vender dentro das instalações da COP30 em Belém.

A jornalista Márcia Dantas foi atrás dos números que explicam a alta dos custos para quem deseja vender alimentos e bebidas dentro das instalações da COP30, que será realizada em Belém, em 2025. Com base em dados divulgados pelo edital da ONU, ela detalhou os valores e regras que tornam o aluguel de quiosques e a operação no evento um desafio, especialmente para empreendedores de pequeno porte.

Segundo Dantas, o aluguel do espaço custa US$ 280 por metro quadrado durante os 15 dias da conferência. Um quiosque de 15 m² chega a sair por R$ 22.680, considerando o dólar a R$ 5,40. A isso, somam-se os gastos com equipe: o custo diário de um atendente varia entre R$ 250 e R$ 300, e um quiosque precisa ter ao menos quatro funcionários, o que representa R$ 15 mil ao fim do evento.

Além disso, todos os utensílios e descartáveis devem ser biodegradáveis, o que encarece os produtos. Um simples copo pode custar R$ 0,60. A venda de água em garrafa é proibida — só é permitido o comércio de água em lata, cujo custo é de R$ 3,30 por unidade. Nas estimativas da jornalista, a maioria dos quiosques deve vender o produto entre R$ 12 e R$ 17.

As regras do edital também são rigorosas: os alimentos precisam chegar prontos, pois não é permitido cozinhar no local. O abastecimento de produtos deve ser feito entre 22h e 5h, e o descumprimento do cardápio aprovado pode gerar multa de 2% sobre o faturamento.

Além disso, os empreendedores terão de arcar com 10% do faturamento destinados a um fundo social, além de 19% em impostos e encargos (como ISS, IRPJ, PIS e COFINS). O custo da mercadoria vendida não pode ultrapassar 18% do total, para garantir viabilidade e margem mínima de lucro.

Com todas essas despesas, Márcia Dantas estima que o custo total para operar um quiosque durante a COP30 chegue a cerca de R$ 40 mil, valor considerado alto mesmo para negócios de pequeno porte, que enfrentam margens reduzidas e riscos significativos.

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