Seguros sustentáveis, agenda climática, ASG e mercado segurador brasileiro ganharam um novo marco institucional com o lançamento da Taxonomia Sustentável do setor segurador brasileiro, apresentada na última semana pela Confederação Nacional das Seguradoras. A iniciativa busca fortalecer o desenvolvimento de produtos alinhados aos objetivos socioambientais do Brasil e estimular a inovação em seguros voltados à sustentabilidade.
A Taxonomia Sustentável do setor segurador, conhecida como TSS, é um sistema de classificação criado para orientar o mercado de seguros na identificação e categorização de produtos que incorporam critérios ambientais, sociais e climáticos. O projeto estabelece um alicerce técnico com parâmetros objetivos, permitindo que seguradoras aprimorem suas ofertas e desenvolvam novas soluções sustentáveis integradas aos seus processos, operações e cadeias de valor.
Considerada um dos principais marcos estruturantes da agenda climática e ASG do setor de seguros, a TSS estabelece critérios claros para a caracterização de produtos sustentáveis e orienta processos e práticas ao longo de toda a cadeia do setor. A proposta amplia a transparência, a comparabilidade e a integridade das informações ASG, fortalecendo a confiança do mercado, da sociedade e dos órgãos reguladores.
O material elaborado pela CNseg inclui uma matriz ASG com critérios, indicadores e recomendações, diretrizes de aplicação por linha de negócio, exemplos de boas práticas, manual operacional, além de orientações voltadas à governança corporativa e à integridade institucional.
Para Claudia Prates, diretora de Sustentabilidade da CNseg, a Taxonomia Sustentável representa um avanço decisivo para posicionar o setor segurador como um dos principais indutores de práticas sustentáveis no país. Segundo ela, a iniciativa amplia o papel do seguro, que passa a atuar não apenas na proteção contra riscos, mas também no fomento a atividades, setores e soluções alinhadas aos objetivos socioambientais e climáticos do Brasil.
“Ao criar a taxonomia de seguros, buscamos harmonizar a classificação das subscrições sustentáveis do setor e, ao mesmo tempo, estabelecer métricas que permitam às empresas induzir práticas sustentáveis junto aos seus clientes”, afirma Claudia Prates.
A Taxonomia Sustentável abrange os principais segmentos do mercado segurador, organizados em quatro pilares. O pilar Pessoas contempla seguros de Vida, Prestamista, Acidentes Pessoais e Funeral. A Previdência Complementar Aberta inclui os produtos PGBL e VGBL. Já o pilar Danos e Responsabilidades reúne seguros Patrimoniais, Automóvel, Habitacional, Rural, Transportes, Responsabilidade Civil, Crédito e Garantia, Petróleo e Riscos Nomeados. O pilar Capitalização engloba instrumentos tradicionais, filantropia premiável e instrumentos de garantia.
Segundo a CNseg, a adoção da Taxonomia de Seguros Sustentáveis tende a gerar benefícios concretos para a sociedade, para o mercado e para o regulador. A padronização da classificação de produtos deve reduzir assimetrias de informação, ampliar o alinhamento do setor à agenda global e nacional de finanças sustentáveis e aumentar a integridade na oferta de produtos sustentáveis.
“No momento em que o setor passa a contar com referências padronizadas, ampliamos a transparência e criamos condições para que a sociedade tenha acesso a uma base mais ampla de soluções voltadas a setores estratégicos como agropecuária, florestas e cidades”, destaca a diretora da CNseg.
A TSS é orientada pela Taxonomia Sustentável Brasileira, inspirada em modelos internacionais e fundamentada na Resolução CNSP nº 473 de 2024, oferecendo ao mercado segurador brasileiro um referencial técnico específico, alinhado às melhores práticas globais e adaptado às particularidades do setor.
10ª edição do Relatório de Sustentabilidade do Mercado Segurador
Durante a divulgação da Taxonomia, a CNseg apresentou ainda o Relatório de Sustentabilidade do Mercado Segurador 2025, que chegou na 10ª edição, consolidando uma década de produção contínua iniciada em 2014/2015.
Em Diversidade e Inclusão, os resultados mostram que as mulheres seguem como maioria entre os funcionários efetivos das empresas, representando 52,7% do total.
Quanto às práticas voltadas à valorização da diversidade e ao combate à discriminação, 92,2% das empresas afirmam atuar em múltiplas frentes de inclusão, demonstrando um compromisso consistente com o tema.
Na frente de Governança, Ética e Integridade, o relatório mostra que 94,1% das empresas que participaram do relatório já possuem estruturas formais de governança ASG, como comitês, áreas dedicadas ou comissões específicas.
“Na governança, conselhos e diretorias surgem como instâncias centrais para decisões de sustentabilidade, o que reforça a incorporação do tema na estratégia corporativa e não apenas em projetos pontuais”, afirma Claudia.
Sobre a CNseg
A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) congrega as empresas que compõem o setor, reunidas em suas quatro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap). A missão da CNseg é prover serviços que melhoram a vida das pessoas e a realização dos negócios, permitindo o crescimento da economia brasileira.
