Chuvas de fim de ano elevam risco de dengue, zika e chikungunya no Brasil

Ministério da Saúde alerta para vigilância contínua diante da circulação de sorotipos e do aumento de criadouros do Aedes aegypti

Matheus Freire
Close-up of a mosquito on human skin

Com a intensificação das chuvas no fim do ano, o Brasil entra novamente no período de maior proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A combinação de umidade, altas temperaturas e acúmulo de água parada cria condições ideais para a multiplicação do vetor, o que exige atenção redobrada da população e dos serviços de saúde.

Dados do último Informe Semanal do Ministério da Saúde mostram que, até a semana epidemiológica 23 de 2025, foram registrados 1.478.752 casos prováveis de dengue, 102.259 casos de chikungunya e 3.601 casos prováveis de zika no país. Apesar da redução em relação ao mesmo período de 2024, especialistas reforçam que o cenário ainda demanda vigilância constante, sobretudo com a chegada do verão.

Outro fator de alerta é a circulação dos quatro sorotipos do vírus da dengue, com predominância do DENV-2. Quem já foi infectado por esse sorotipo fica protegido contra ele, mas pode desenvolver formas mais graves da doença caso seja contaminado por outro tipo do vírus.

Prevenção continua sendo a principal estratégia

Eliminar focos do mosquito segue como a medida mais eficaz para conter a transmissão das arboviroses. Reservatórios destampados, calhas entupidas, caixas-d’água sem vedação e recipientes com água parada continuam entre os principais pontos de risco.

A médica Sylvia Freire, do Sabin Diagnóstico e Saúde, destaca que muitos criadouros estão dentro das próprias residências. “As pessoas costumam associar o risco apenas às áreas externas, mas grande parte dos focos está no ambiente doméstico. Uma pequena poça esquecida já pode permitir o ciclo reprodutivo do mosquito”, alerta.

Segundo a especialista, o comportamento do Aedes aegypti é altamente adaptável. “O mosquito consegue se reproduzir em volumes mínimos de água. Por isso, a eliminação de qualquer superfície onde a água possa se acumular é fundamental”, explica.

Importância do diagnóstico precoce

A procura por atendimento médico ao surgirem os primeiros sintomas é essencial para orientar o manejo adequado da doença. Febre, dores no corpo, dor atrás dos olhos, náuseas e cansaço estão entre os sinais mais comuns das arboviroses.

“Os quadros iniciais podem ser muito semelhantes, mas dengue, zika e chikungunya têm evoluções diferentes. O diagnóstico correto orienta a conduta clínica e ajuda a evitar complicações”, afirma Sylvia.

O Sabin disponibiliza exames para a identificação das arboviroses, como o teste rápido NS1, indicado para os primeiros dias de sintomas de dengue, e o teste molecular que detecta simultaneamente dengue, zika e chikungunya com alta precisão.

Para a médica, a testagem adequada faz diferença no desfecho dos casos. “Quando diagnosticamos precocemente, conseguimos acompanhar melhor a evolução do paciente e orientar cuidados que reduzem o risco de agravamento. Informação e vigilância são pilares para proteger a população”, conclui.

Compartilhe
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *